Eu quero a palavra sutil que se infiltre lenta na superfície dos teus cabelos negros,
que te penetre os olhos e os ouvidos e depois, mais rapidamente, avance sobre a tua alma,
depois o fígado, o pâncreas e todos os demais órgãos vitais – quiçá até o coração -
para só então te tocar a mente, mas só então, tão e somente.

1 de agosto de 2015

julho


há muito tempo,
te inventei pra dar cara limpa aos meus vícios
ao que te desfazes
sou obrigada a olhar a vida novamente na cara
e tremo só de pensar
nas mil coisas que hei de descobrir
do lado de fora do teu abraço

ai

essa dor gigante de coisa se partindo
não é bonita quando é a gente
não dá orgulho
não vira poema
é dor pura bruta barata
nao é dor de cinema

não tem final
feliz