A falta de ti torna tudo mais ausente, mais poente. A falta de ti torna tudo mais só e sentido, e mais bruto e insensato. És iluminado. Tanto que, ao adentrar no quarto, cada um de teus passos seja o acender de uma vela, essa que, no momento em que te vais, transforma-se no vento que à própria chama apaga, como mão que, ao mesmo tempo em que esbofeteia, afaga, como quem bate, bate, e chega a se machucar de tanto amaciar uma almofada, como. Cada passo teu há de iluminar-me, ainda e sempre, mesmo que gradativa, temporariamente. Cada passo teu tem o gosto da gente e há de iluminar o meu, que é só ansiedade, e há de iluminar todo o espaço de dentro e de fora que se convém chamar de breu, mas que talvez seja só saudade.