Eu quero a palavra sutil que se infiltre lenta na superfície dos teus cabelos negros,
que te penetre os olhos e os ouvidos e depois, mais rapidamente, avance sobre a tua alma,
depois o fígado, o pâncreas e todos os demais órgãos vitais – quiçá até o coração -
para só então te tocar a mente, mas só então, tão e somente.

28 de junho de 2009

Maldito seja (Santificado que será).

Tentando causar uma reação, transformei a mim mesmo em elemento. Transformei quem era aquilo que não tinha em quem queria ter aquilo que não era. Morreria por ela. Poderia morrer com ela. Mas certamente morreria, sem ela.
De um aborto, nasceu um parto, ou algo semelhante a uma infusão. Aberto, um pacto: o segredo secreto da destruição. Levaríamos à boca apenas frascos de nossos próprios frascos. Fracos. Livres do perdão. Nos perderemos. Assim, perderemos.
Então, uma negação. E mais uma. E outra. Mais uma vez.
Não nego que nego. Nego negar que tu não me negas. Pois negas. Precocemente. Prematuramente. Previsivelmente. Visivelmente. Veementemente. Mentes. Como nossas mentes. Em nossas mentes. Como nossas mentes. Projeções.

Acho que me perdi numa excursão que fiz pra Lua. Mas não se desespere, ainda é cedo. É muito cedo. E muito cedo é tarde demais.
Apenas tarde demais.
É tarde demais.
Onde te escondes jaz o meu relicário.