Eu quero a palavra sutil que se infiltre lenta na superfície dos teus cabelos negros,
que te penetre os olhos e os ouvidos e depois, mais rapidamente, avance sobre a tua alma,
depois o fígado, o pâncreas e todos os demais órgãos vitais – quiçá até o coração -
para só então te tocar a mente, mas só então, tão e somente.

27 de dezembro de 2015

amor concreto


Sem a modéstia de começar pequeno, você chegou mesmo com tudo, passando a régua no meu coração. Ocupou o rombo da desarticulação dos meus movimentos e fez cair toda a pauta - mas, é certo, deixou um grande saldo para a organização. Tratorou toda a insegurança que me mantinha recuada, e só não implodiu o espaço porque já era bem claro que eu, como você, só queria mesmo era sentar e ver tudo dar estranhamente certo. E o jeito encaixava. E o gosto combinava. E a gente, sei lá. Só assim. Ava.

Não era sonho.