Eu quero a palavra sutil que se infiltre lenta na superfície dos teus cabelos negros,
que te penetre os olhos e os ouvidos e depois, mais rapidamente, avance sobre a tua alma,
depois o fígado, o pâncreas e todos os demais órgãos vitais – quiçá até o coração -
para só então te tocar a mente, mas só então, tão e somente.

28 de dezembro de 2014

Afiada


Imagem-navalha. Não perdoa a memória que quer dormir. Quantas centenas de noites dormentes a mais serão necessárias para que se torne menos alucinante? Quantos quilos de [insira aqui o nome do seu entorpecente favorito] a mais serão necessários para enterrar essa grande dor? Mas enterrar supera? E superar melhora? E se melhorar não estraga? Corta, navalha, corta. Me mata de qualquer coisa ilusória. Eu não quero sentir.