Eu quero a palavra sutil que se infiltre lenta na superfície dos teus cabelos negros,
que te penetre os olhos e os ouvidos e depois, mais rapidamente, avance sobre a tua alma,
depois o fígado, o pâncreas e todos os demais órgãos vitais – quiçá até o coração -
para só então te tocar a mente, mas só então, tão e somente.

29 de maio de 2010

No meio da bugiganga.


    Desastrada como sou, deixei-o cair no chão. Não se deixa um troféu cair no chão. A vida muda quando o troféu cai no chão, quando cai da mão. Então, vida mudada, realidade emprestada, resta preencher o vazio da estante com esperança, essa que nem sempre nos torna doces. E é só a pilha começar a se amontoar sobre a estante, que tudo volta a ser como era antes. Mas não se engane ou se esqueça de quem eu era e de quem eu sou: o grande-amor-de-sua-vida da semana que passou. Eu não me esqueço.