Essa ausencia dói mais do que qualquer coisa, porque não tem nome. Talvez eu nem soubesse que existia, se não doesse tanto, sempre. Às vezes a gente não percebe essa atração estranha que a linha oculta do horizonte que divide mar e céu de noite exerce sobre os nossos ossos, dentro dos próprios ossos, que congela tudo, paraliza tudo. Atrai os ossos, os olhos, o corpo inteiro. Ela grita "vem", mas você não pode vê-la. Ela grita "vem", e você não pode vê-la. Ela existe? Ela atrai. Ela chama. Ela grita "vem". Não vou. E essa ausencia dói mais do que qualquer outra coisa. Do que qualquer outra.