dou alô a Neruda,
tomo banho de Laika,
me ensaboando com Dumas.
abro a porta pro Chinaski,
faço sala pra Meireles,
dou adeus pro Pessoa.
almoço almoço com Noel,
brindando ao moço Leminski
e à nossa amizade com Fante
e nessa urgencia constante
de ser apenas metade
daquilo que decerto não sou,
me contento, pois sou...
e não sou.
eu sou,
sou parte do incerto que espero,
com que sonho e brinco
mais o que brindo, o que penso
e, remotamente, o que sou
ou não sou:
- O que ninguém jamais pensou
Eu quero a palavra sutil que se infiltre lenta na superfície dos teus cabelos negros,que te penetre os olhos e os ouvidos e depois, mais rapidamente, avance sobre a tua alma,depois o fígado, o pâncreas e todos os demais órgãos vitais – quiçá até o coração -para só então te tocar a mente, mas só então, tão e somente.