Eu quero a palavra sutil que se infiltre lenta na superfície dos teus cabelos negros,
que te penetre os olhos e os ouvidos e depois, mais rapidamente, avance sobre a tua alma,
depois o fígado, o pâncreas e todos os demais órgãos vitais – quiçá até o coração -
para só então te tocar a mente, mas só então, tão e somente.

1 de fevereiro de 2010

o que ninguém já mais pensou


dou alô a Neruda,
tomo banho de Laika,
me ensaboando com Dumas.

abro a porta pro Chinaski,
faço sala pra Meireles,
dou adeus pro Pessoa.

almoço almoço com Noel,
brindando ao moço Leminski
e à nossa amizade com Fante

e nessa urgencia constante
de ser apenas metade
daquilo que decerto não sou,
me contento, pois sou...
e não sou.

eu sou,
sou parte do incerto que espero,
com que sonho e brinco
mais o que brindo, o que penso
e, remotamente, o que sou
ou não sou:
- O que ninguém jamais pensou