Eu quero a palavra sutil que se infiltre lenta na superfície dos teus cabelos negros,
que te penetre os olhos e os ouvidos e depois, mais rapidamente, avance sobre a tua alma,
depois o fígado, o pâncreas e todos os demais órgãos vitais – quiçá até o coração -
para só então te tocar a mente, mas só então, tão e somente.

6 de agosto de 2009

Orgulho ou Preconceito.


- Tentando causar uma reação, transformei a mim mesmo em elemento. Transformei quem era aquilo que não tinha em quem queria ter aquilo que não era. Ou seria o contrário? - ele pensa.

- Faz de conta que aprendi a brincar de faz de conta que nada aconteceu! Paga, você, a conta. Paga pela mesa de jantar e pelo garçom que ainda te chama de plebeu. Troca de orgulho, sobrenome e jargão. Se troca por bagulho pra entrar pra legião que abomina a tv e discute sobre a fome, mas ainda se acha, oh, muito homem com esse uniforme do flusão.

- Aprende a andar no trilho, reza pra que teu filho aprenda a rezar. Mas nega até a morte que é culpa da má sorte perder mais de milhão em jogo de azar.

- Aqui se faz, aqui se paga. - altera a voz.

- Embora a chama que se apaga um dia vá te apagar. E porque dessa vida, vivo NINGUÉM sairá.

- Nós, que já mais vivemos. Nõs, que não viveremos jamais. Eu não sei se haverá outra vida ou se, nessa vida, tanto fez e tanto faz. - juntos.