Voltamos no meio da noite, onde você me abraçou e não quis soltar. Quando as nuvens entraram em rebelião contra o céu e ficaram cinzentas. Lá fora estava ventando, e tudo estava úmido e gélido. Dentro do carro, com você e eu, e eu e você, tudo pareceu estar mais quente. Seus braços não queriam e nem me soltariam, não importa o quanto eu te afastasse, você era como uma grande montanha, e ninguém poderia tirar você de onde está. Eu sinto algo, mas acho que é tão mórbido quanto a própria morte em pessoa. Não acredito em amor, e nem você deveria acreditar. Clichês baratos de novelas baratas. Sujeira na boca de dois amantes que mentem um pro outro só por mais um sorriso falsificado e mais uma troca de palavras fúteis que nunca vão significar nada. Conte-me como, e porque tudo isso machuca. Minha boca seca e pecadora por prejudicar meu corpo por um simples amor: alcóol. Não amo coisas vivas, nunca amarei. O mundo é redondo, e as pessoas hipócritas. Você, a pessoa que me ama, me mataria enquanto eu estivesse dormindo. Eu não me contorceria no meu caixão de surpresa, ninguém me surpreende. Todos ficam tristes, como se fossem morrer por uma grande causa ou até mesmo por algo que não vale a pena. E no outro dia, vão continuar sorrindo, tentando amar, e se decepcionando. Enganando, e matando com suas mentiras. Não tem nada de diferente em ninguém, temos medo de confiar nos outros porque sabemos como somos, e ninguém merece a palavra de alguém, ninguém merece enganar e aparentar algo de ruim. Como diz na música ''Todos vamos para o inferno (...) nós somos cheios de mentiras (...) nós vamos todos morrer''. Ninguém sai dessa vida vivo, então atire logo na sua cabeça. Se preocupe, e tente mudar o mundo. Faça uma revolução, se irrite com os preconceitos e abusos. Pense, não faz diferença. E nunca fará diferença para ninguém. O que aconteceu e tentou ser mudado, já passou. E tudo que estou dizendo para você minha querida, já aconteceu e não vai se repetir. Atire logo, e esqueça dos problemas, única forma de fugir, é morrer.
Texto por Luisa Fontan.
