Eu quero a palavra sutil que se infiltre lenta na superfície dos teus cabelos negros,
que te penetre os olhos e os ouvidos e depois, mais rapidamente, avance sobre a tua alma,
depois o fígado, o pâncreas e todos os demais órgãos vitais – quiçá até o coração -
para só então te tocar a mente, mas só então, tão e somente.

5 de março de 2010

filosofia barata de beira de estrada


dentro de mim, essencias de tudo,
milhares de mundos de "proibido", "negado",
vocabulário do universo do renegado,
do cervo que já foi sacrificado
ao não ter sido
mas que bate no peito, orgulhoso, por ser agora
em forma de verso
eterno verso

amor foragido, inesperado,
pelo que só é belo porque abdicado
e triste

ah, amor destrambelhado...
és desespero desenfreado
és quem me ensina, dia após dia,
que, pra falar certo,
a gente tem que falar errado