Eu quero a palavra sutil que se infiltre lenta na superfície dos teus cabelos negros,
que te penetre os olhos e os ouvidos e depois, mais rapidamente, avance sobre a tua alma,
depois o fígado, o pâncreas e todos os demais órgãos vitais – quiçá até o coração -
para só então te tocar a mente, mas só então, tão e somente.

24 de janeiro de 2010

meias 3/4


as mesmas caras
as mesmas cores
as mesmas
dores,

asfalto
quente
congelado no tempo...
nada mudou

nada muda,
nada muda
muda nada por aqui mas

eu tenho um filho poeta
eu tenho um filho poeta...